O tão esperado confronto entre Argentina e Brasil, válido pelas Eliminatórias Sul-Americanas rumo à Copa do Mundo de 2026, promete ser um espetáculo à altura da rivalidade histórica entre as duas seleções. No entanto, a notícia que está dando o que falar não é apenas o duelo em campo, mas sim os preços estratosféricos dos ingressos para assistir ao jogo no estádio Monumental, em Buenos Aires.
Com valores que variam de 110.000 a510.000 pesos argentinos, muitos torcedores denunciam que ver a Seleção Argentina em casa se tornou um privilégio para poucos. As críticas nas redes sociais não tardaram a aparecer, com fãs indignados afirmando que a Associação do Futebol Argentino (AFA), liderada por Claudio "Chiqui" Tapia, está transformando o futebol em um negócio cada vez mais elitista.
A revolta dos torcedores
"É um roubo, querem que só os ricos vão ao estádio", escreveu um usuário no X (antigo Twitter). Outros questionaram a política da AFA e da plataforma AFA ID, que prometeu benefícios para os assinantes, mas que, na prática, não ofereceu descontos significativos nem preços acessíveis.
"Nos pediram para nos registrar e pagar pelo AFA ID, mas os ingressos continuam custando uma fortuna. É uma fraude", desabafou um torcedor.
Um negócio cada vez mais exclusivo
Desde a conquista da Copa do Mundo no Catar, a demanda para ver a "Scaloneta" ao vivo disparou, e com ela, a comercialização do futebol tomou um rumo mais elitista. A revenda de ingressos também desempenha um papel crucial no aumento dos preços: em plataformas não oficiais, os ingressos mais cobiçados podem custar o dobro ou o triplo do valor original.
Em contraste, outros países da América do Sul mantêm preços mais acessíveis. Por exemplo, no recente Chile x Argentina, em Santiago, os ingressos populares custavam cerca de $35.000 pesos argentinos, muito abaixo do que é cobrado no Monumental.
O futebol ainda é para todos?
Apesar da polêmica, espera-se que o estádio esteja lotado no dia 25 de março, impulsionado pela chance de ver estrelas como Lionel Messi, Julián Álvarez e "Dibu" Martínez em um clássico de alto nível. No entanto, a pergunta que fica no ar é: o futebol ainda é para todos ou apenas para quem pode pagar?
Enquanto os torcedores lamentam a elitização do esporte, a AFA parece seguir um caminho que prioriza o lucro sobre a paixão. E, nesse jogo, os maiores perdedores são aqueles que sempre estiveram nas arquibancadas, torcendo com o coração, mas que agora se veem excluídos pelo preço dos ingressos.
Será que o futebol, conhecido como o esporte das multidões, está se tornando um espetáculo apenas para uma elite? A resposta, infelizmente, parece estar cada vez mais clara.